Reconstrução Mamária
Seja após a ressecção parcial ou total da mama no tratamento do câncer de mama, a cirurgia de reconstrução de mama objetiva restabelecer o aspecto mamário, diminuindo ao máximo os estigmas da mastectomia. Além disso, em anormalidades congênitas da mama, como mamas tuberosas ou Síndrome de Poland, também está indicada a reconstrução de mama, restabelecendo a forma, simetria, volume mamário e, não menos importante, a autoestima da paciente que apresenta estas alterações.
Reconstrução Mamária
A forma de reconstrução varia de acordo com cada caso, com o tipo de ressecção (total ou parcial), com a localização da ressecção parcial (setorectomia ou quadrantectomia), a espessura do retalho da mastectomia (o que sobrou após a cirurgia de retirada), se houve a possibilidade de preservar a aréola e o mamilo ou não, e a disponibilidade de áreas doadoras.
Sendo assim, a reconstrução pode ser tanto com tecido autólogo, como o rearranjo do próprio tecido mamário remanescente da paciente ou retalhos de áreas adjacentes em cirurgias conservadoras, retalho do músculo grande dorsal (das costas) ou do excedente de tecido do abdome (através de microcirurgia) nas reconstruções após mastectomia, bem como com aloplásticos (implante/prótese direto ou expansor tecidual).
Cada caso é avaliado individualmente e planejado em conjunto com o(a) mastologista e a paciente para proporcionar o melhor resultado possível.
- Cerca de uma a cada oito mulheres apresenta câncer de mama. O câncer de mama é o segundo tumor mais frequente em mulheres, perdendo apenas para os cânceres de pele. Desta forma, o número de mulheres submetidas a mastectomia ou cirurgia conservadora (com retirada parcial) da mama se revela muito grande, e, consequentemente, estas pacientes necessitarão de reconstrução.
Quando Fazer?
A reconstrução de mama pode ser realizada de forma imediata, logo após a cirurgia para a retirada do tumor, ou tardia (em outro ato cirúrgico), dependendo de cada caso. Sempre que a condição clínica da paciente e complexidade do caso permitirem, tenta-se fazer a reconstrução imediata.
No que se refere a anomalias congênitas da mama, as mamas tuberosas são caracterizadas pela presença de um anel fibroso constritor ao redor da aréola, impedindo a glândula mamária de se expandir nos quadrantes inferiores, com grandes variações anatomomorfológicas. A reconstrução nestes casos envolve diferentes técnicas para liberar este anel fibroso e expandir o polo inferior da mama, na maioria das vezes associadas à colocação de implantes de silicone.
A Síndrome de Poland, por sua vez, é uma deformidade torácica congênita unilateral caracterizada pela ausência da porção esternal do musculo peitoral maior. Os tecidos mamários frequentemente estão fibróticos e pouco ou nada desenvolvidos, e muitas vezes está associada a outras alterações torácicas e de membro superior ipsilateral.
A estratégia cirúrgica para a correção da deformidade torácica depende da gravidade da condição, podendo envolver retalho do músculo grande dorsal (das costas), implante de silicone, expansor tecidual em um tempo inicial e depois troca por implante ou retalho ou lipoenxertias (enxertos de gordura) seriadas.
A reconstrução é realizada em um tempo único?
Revela-se de extrema importância o entendimento de que a reconstrução de mama após ressecção de câncer de mama não é um procedimento realizado em tempo único, salvo raras exceções. De um modo geral, são necessários outros tempos cirúrgicos para refinar a reconstrução, trocar expansor por implante (prótese) quando for o caso, e simetrizar a outra mama se necessário. A reconstrução por Síndrome de Poland muitas vezes necessita de mais de um tempo cirúrgico, e as mamas tuberosas, por sua vez, podem ser operadas em um único tempo cirúrgico em muitos casos.
Duração E Anestesia
Variável de acordo com o tipo de reconstrução de mama. Anestesia geral ou peridural com sedação.
Tempo de internação
Variável de acordo com o tipo de reconstrução, desde alta no dia seguinte da cirurgia, até cerca do quarto dia de pós-operatório nas reconstruções com retalhos microcirúrgicos mais complexas.
Movimentação
Não levante peso excessivo por 2 meses após a cirurgia, utilize modelador (sutiã cirúrgico) por 2 meses após a cirurgia e não movimente os braços em excesso.
Instruções
Obedeça às instruções que lhe serão dadas por ocasião da alta hospitalar, relativas à movimentação dos membros superiores e siga a prescrição médica;
Cuidados Externos
Evite molhar o curativo, até que seja autorizada a fazê-lo e não se exponha ao sol ou friagem, até segunda ordem.
Alimentação
Alimentação normal (salvo casos específicos que receberão a devida orientação), a partir do segundo dia, principalmente à base de proteínas (carnes, leite, ovos) e vitaminas (frutas)
Cuidados Especiais
Provavelmente você estará se sentindo tão bem em poucos dias, a ponto de “esquecer-se” de que foi operada recentemente. Cuidado! Esta euforia poderá levá-la a um esforço inoportuno, o que determinará certos transtornos
Retorno
Retorne ao consultório para reavaliações subsequentes, nos dias e horários agendados. O retorno ao trabalho pode ocorrer em poucos dias após a cirurgia, desde que não envolva esforços com os braços.